O secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, lança sábado o projecto de criação de um Centro de Alto Rendimento (CAR) para a natação, que prevê a "beneficiação e modernização" das piscinas de Rio Maior.
Os melhoramentos do complexo de piscinas riomaiorense, abrangidos pela Medida 6 da secretaria de Estado, contemplam a criação de um 'swimflow' (tanque de treino que oferece resistência aos nadadores), câmaras subaquáticas, um laboratório com várias valências para investigação sobre a modalidade e a cobertura do tanque de saltos, assim como possíveis adaptações na bancada da piscina olímpica.
"São equipamentos dispendiosos, que farão a diferença perante a realidade que conhecemos até agora", disse à Agência Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN), que espera "recolher benefícios antes dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012", rematando: "mal seria se não pudéssemos aproveitar estes investimentos na segunda metade da preparação".
Paulo Frischknecht assume-se como “comedidamente satisfeito” com a concretização do CAR em Rio Maior, que já é palco de “estágios sistemáticos” das várias especialidades da natação desde 2004 e é “uma das modalidades que assegura uma forte taxa de ocupação das instalações desportivas da cidade”.
Também o Centro de Estágio e Formação Desportiva da cidade será beneficiado, com mais 16 quartos, mas também ao nível da cozinha, do ginásio, e da segurança da infra-estrutura, com a digitalização do acesso aos alojamentos.
“Será a grande referência para a prática desportiva da natação, a nível nacional”, frisou o presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Silvino Sequeira, em declarações à Lusa, enaltecendo a possibilidade de “aumentar a eficiência energética do complexo de piscinas, que tem um consumo elevado, o apetrechamento de meios de treino e o aumento da capacidade para dormidas no centro de estágios, que ficará com cerca de 30 camas adstritas ao CAR”.
A infra-estrutura poderá servir cinco das seis especialidades da natação (natação pura, pólo aquático, ‘masters’, natação sincronizada e saltos), enquanto as águas abertas ficaram em Montemor-o-Velho, juntamente com a canoagem, o remo e o triatlo.
Com um custo aproximado de dois milhões de euros, o projecto do CAR para a natação faz parte do Plano de Acção do Governo para a região do Oeste e quatro Municípios da Lezíria do Tejo, em função do abandono da Ota como local para o aeroporto de Lisboa.
Segundo fonte do Instituto do Desporto de Portugal (IDP), um quarto do investimento será suportado pela Administração Local, enquanto os restantes 75 por cento correspondem a investimento da Administração Central, com recurso a fundos comunitários do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) no âmbito do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT).
A candidatura deverá financiar 70 por cento do montante elegível, sendo os restantes 5 por cento assegurados pelo IDP, acrescentou a fonte.
A primeira fase do complexo de piscinas municipais de Rio Maior foi inaugurada a 06 de Novembro de 1992 e teve um custo anunciado de 350 mil contos (cerca de 1,75 milhões de euros).
A piscina de 25 metros e o tanque de aprendizagem foram complementados com piscina exterior de medidas olímpicas, inaugurada a 25 de Junho de 1994, cujo custo rondou os 280 mil contos (cerca de 1,4 milhões euros) e que foi alvo de uma intervenção de remodelação e cobertura, no valor de 1.782.572 euros, em 2003.
Para a cerimónia de lançamento do CAR, a FPN convidou todos os nadadores olímpicos portugueses dos últimos 30 anos.
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