sábado, 20 de dezembro de 2008

Treinadores questionam uso dos novos fatos

De MADALENA ESTEVES em DN Online: treinadores questionam uso dos novos fatos.
Inovação tecnológica motiva polémica
Os fatos de banho LZR Race da Speedo dominaram a época da natação mundial, da mesma maneira que o americano Michael Phelps, que usa esses modelos, se destacou nas piscinas.
Além do LZR foi também lançado o TYR.
Ambos são fatos revolucionários e envoltos em polémica.
Esta semana vários treinadores solicitaram à Federação Internacional de Natação (Fina) que seja repensada a utilização deste tipo de modelos nos campeonatos, admitindo mesmo a hipótese de eles serem banidos da alta competição.
As dúvidas sobre a influência dos novos fatos nos resultados positivos, nomeadamente no estabelecimento de novos recordes, aumentaram depois dos Campeonatos Europeus de piscina curta de Rijeka, na Croácia, que terminaram no domingo.
Nos Europeus, o francês Amaury Leveaux - que competiu com um fato TYR -, bateu quarto recordes do mundo e foi o primeiro homem a quebrar a barreira dos 45 segundos nos 100 metros livres, com o tempo de 44.94 segundos.
Em menos de 13 meses foram retirados dois segundos a esta marca.
Este ano foram batidos 105 recordes do mundo na natação, incluindo os sete registos mundiais de Michael Phelps nos Jogos Olímpicos Pequim 2008.
Esta avalancha de recordes parece estar intimamente ligada aos novos fatos desenhados para melhorar as performances dos nadadores.
Por isso, os treinadores de 15 dos 17 países do top europeu subscreveram um documento que vão apresentar à direcção da Fina solicitando a discussão de novos regulamentos, de acordo com o jornal britânico Guardian.
Dennis Pursley, seleccionador britânico, afirmou ao diário que existe "um consenso na comunidade dos treinadores de que deve existir um mínimo de regulação, de observação e um estrito processo de aprovação".
Em causa está, entre outros factores, a possibilidade de existirem atletas mais beneficiados do que outros.
Luta de marcasAlan Thompson, seleccionador da Austrália, é outro dos técnicos que criticam os novos fatos e toda a polémica que os rodeia.
"Estou cansado que se diga que o fato da Speedo venceu o fato da Arena", frisou o treinador australiano.Os nadadores que não usam fatos da Speedo e da Arena estão em desvantagem. Por exemplo, o alemão Thomas Rupprath, que até ao último fim-de-semana era recordista mundial, foi quinto nos 50 metros costas, competindo com um fato da Adidas.
Rupprath e o seu compatriota Helge Meeuw - que foi oitavo nos 50 metros costas - são obrigados a usar a marca germânica devido a um acordo da sua federação com a multinacional de artigos de desporto.
Nesse sentido os dois nadadores alemães consideram que estão em desvantagem em relação aos seus adversários porque não podem beneficiar dos mesmos avanços tecnológicos.
Recorde-se que o LZR - que é fabricado em Portugal - foi lançado em Fevereiro e o TYR em Abril deste ano.

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